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Suicídio entre jovens brasileiros cresceu 43% em vinte anos e é maior entre homens. Belém e Porto Alegre têm os maiores índices. Salvador e Rio têm os menores
Um estudo das estatísticas do Ministério da Saúde sobre as causas da morte da população na faixa entre 15 e 24 anos chegou a conclusões impressionantes. Uma delas é a de que o número de suicídios nessa faixa cresceu cerca de 43% entre os anos estudados, indo de 3,5 a cada 100.000 pessoas (em 1979, primeiro ano da série) para 5 por 100.000 (em 1998, último ano avaliado). Além disso, verificou que de 1979 a 1998 a proporção de causas externas (não-biológicas) de mortalidade entre essa população cresceu de 58% do total para 74% do total, o que representa um aumento de 27,6%, indicando que os jovens brasileiros estão morrendo muito mais devido a causas sociais do que por motivos biológicos. Entre essas causas externas, chama a atenção o grande crescimento das mortes devidas a outro motivo além do suicídio: ferimentos ou envenenamentos (cresceram 77,1% no período). O estudo foi feito por Edinilsa Ramos de Souza, Maria Cecília de Souza Minayo e Juaci Vitória Malaquias, pesquisadoras do Centro Latino Americano de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli, na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e publicado na edição de maio/junho da revista Cadernos de Saúde Pública.
O trabalho foi feito com base no levantamento de causas de morte em diversas regiões metropolitanas do país (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre). As cidades de Belém, Porto Alegre e Curitiba foram as que mostraram os maiores índices de suicídios (11,4; 10,4 e 8,6 por cem mil, respectivamente). Os menores índices foram registrados em Salvador e Rio de Janeiro (0,4 e 1 por cem mil, respectivamente). É interessante notar que na faixa da população estudada cresceu muito mais o número de homens sucidas do que o de mulheres. Se em 1979 havia 1,6 homem suicida por mulher, em 1998 esse número cresceu para 2,7 homens por mulher.
As autoras do estudo destacam que, apesar do crescimento, o índice brasileiro de suicídios não é alto se comparado com países europeus ou com os Estados Unidos (onde o suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens e adolescentes). Mas elas alertam que mais estudos são necessários para se tentar compreender por que esse número está em franco crescimento.
Fonte: Agência de Notícias Prometeu - 12/06/2002
http://www.prometeu.com.br/noticia.asp?cod=521
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